quinta-feira, dezembro 14, 2006

 

Como combater o abandono e insucesso escolar

O prometido é devido, pelo que, depois de todos os alunos da turma terem apresentado, ao longo do primeiro período de aulas, as notícias que consideraram mais pertinentes e susceptíveis de promoverem o debate de ideias, é chegada a hora de também eu, na qualidade de professor de Geografia da turma, trazer à discussão mais um assunto da actualidade, que espero vir a ser do interesse dos alunos... E faço-o como incentivo para que participem no Programa "Parlamento dos Jovens" dirigido aos estudantes do ensino secundário.
Números recentemente dados a conhecer num estudo de investigação realizado pelo economista Eugénio Rosa a partir do Eurostat - o Gabinete de Estatísticas da União Europeia - sobre a evolução do sistema de Educação em Portugal revelam que o abandono escolar no nosso país apenas diminuiu 0,1% no última década, contrariamente ao que se passou na UE, em que a redução foi de 4,6%. De facto, se em 1996 o abandono escolar em Portugal tinha sido de 40,1% passados dez anos este indicador apenas desceu para os 40%. Uma desilusão!!!
Mais grave ainda é o facto do abandono escolar no nosso país, entre 2005 e 2006, ter aumentado, passando-se de 38,6% para 40%, quando a média comunitária continuou a descer. Outro dado preocupante relaciona-se com o facto de na última década o sucesso escolar no ensino secundário nunca ter atingido sequer os 70%.
Ora, na tua opinião, quais são os factores responsáveis por este autêntico "desastre" educativo? Que medidas consideras que devem ser aplicadas para inverter a actual situação de abandono e insucesso escolar?
Toma nota dos seguintes links, que te poderão servir de apoio para uma melhor clarificação da tua opinião sobre o assunto:
http://www.giase.min-edu.pt/
http://educar.no.sapo.pt/Insucesso.htm
Umas boas férias de Natal a todos os que frequentam este blogue.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

 

"Salas de chuto": sim ou não?

A criação de duas Instalações de Consumo Apoiado para a Recuperação (ICAR), as primeiras “salas de chuto” do país é um tema em debate na actualidade.
O primeiro dispositivo surgiu há 20 anos, em Berna, na Suiça. Em Portugal já existe, desde há seis anos, um decreto de lei que aprova as salas de injecção assistida, o qual só irá passar da teoria à prática no primeiro trimestre de 2007.
A iniciativa partiu do vereador da Acção Social da Câmara de Lisboa, Sérgio Lipari Pinto, e pretende-se transformar os actuais Gabinetes de Apoio ao Toxicodependente (GAT) da Quinta do Lavrado (freguesia do Alto de São João) e do Bairro do Charquinho (freguesia de Benfica) em Instalações de Consumo Apoiado para a Recuperação (ICAR), sendo estas renovadas e ampliadas. Aqui será permitida a inalação e injecção, incentivando o tratamento e a reabilitação social. Apesar de serem as primeiras salas de injecção assistida do país, o vereador social-democrata sustenta que “a novidade das ICAR não é a permissão do consumo, mas sim a motivação para o tratamento, vista de uma forma integral, garantindo a reinserção social, através de uma bolsa de emprego protegido e de arrendamento”.
Vamos aqui esclarecer algumas das questões relacionadas com este assunto.
O que é uma “sala de chuto”? Não é apenas um local destinado ao consumo asséptico de drogas. O dispositivo dirige-se a uma população excluída, que pretende captar para a rede nacional de serviços sociais e de saúde.
Como funcionam as salas? Há pequenas variações de país para país. O desenho “clássico” inclui, pelo menos, uma cabina destinada à injecção e outra concebida para utilizadores não injectáveis. Compreende ainda um ou vários espaços de apoio técnico.
Para que servem? O objectivo primordial é diminuir os riscos associados ao consumo de drogas, nomeadamente a morte por overdose e a propagação do VIH e das hepatites. Mas estes programas almejam ao mesmo tempo, facilitar o acesso a tratamentos de desintoxicação e de mais cuidados de saúde, providenciar suporte para a reintegração social dos toxicodependentes e livrar as populações das chamadas “salas de chuto a céu aberto”.
Qual é o material básico utilizado? Os serviços disponibilizam, logo à entrada, um kit descartável, composto por uma seringa, uma ampola de água destilada e toalhitas embebidas álcool. Munido deste pacote, o toxicodependente desloca-se à sala de injecção, onde ministra a droga. Deposita, depois, o material usado num caixote.
A droga é controlada? O toxicodependente traz o seu próprio produto. Nalguns países, a dose é analisada no local, para se prevenir os riscos de adulterações e consequentes overdoses. Os resultados ficam disponíveis em poucos minutos, graças aos meios técnicos já inventados.
Quais os serviços complementares prestados? Além do fornecimento de material esterilizado, normalmente estes programas oferecem cuidados de saúde primária e informação sobre droga (como actuar em caso de overdose e como praticar sexo seguro, por exemplo). “As salas de tolerância” tendem ainda a contemplar assistência social e médica. Nalguns países, avançou-se para os cuidados de higiene (os toxicómanos podem lavar roupa e tomar banho) e para o apoio jurídico.
Onde se situam? As salas de injecção assistida são sempre instaladas em áreas centrais, isto é, na proximidade dos grandes locais de consumo.
Há regras claras? Sim, em todos os países. Cada utente só pode entrar com uma dose, por exemplo. O acesso é restrito e o tráfico e a violência são estritamente proibidos. Quem quebra as regras, fica de fora do programa durante um período variável (dias ou semanas, conforme a gravidade).
Agora tu… Concordas com a existência de “salas de chuto”? Consideras que existem medidas mais eficazes no combate ao consumo de droga? Em caso afirmativo, quais?
Por Susana Oliveira e Vera Cunha

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