segunda-feira, janeiro 08, 2007

 

Porto: uma cidade em crise demográfica...

Segundo uma projecção do Instituto de Ciências Sociais, o Porto terá apenas 200 mil habitantes em 2011, descendo a um nível demográfico próximo do que tinha no advento da República (183 mil residentes em 1911). A confirmar-se este cenário, o concelho cairá do terceiro para o quarto lugar do «ranking» populacional, atrás de Sintra (que terá quase 480 mil habitantes), Lisboa (471 mil) e Gaia (321 mil).
A maior população do Porto foi atingida em 1981, com 327 mil habitantes, número que desceu para 302 mil em 1991 e para 263 mil em 2001. Já em 2005, uma contagem do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que restavam no Porto 233 mil moradores, uma perda de 11,3 % em apenas quatro anos.
Em números absolutos, a perda populacional do Porto está abaixo da registada em Lisboa (menos 45 mil habitantes), mas é percentualmente superior à da capital (que teve menos 8%).
Pelo contrário, Gaia passou, no último ano, aos 300.000 residentes, consolidando o estatuto de terceiro concelho português mais povoado, título este que já tinha tirado ao vizinho da margem Norte em 2001. Em 2005, o INE atribuiu ao concelho da margem Sul do rio Douro uma população de 304 mil habitantes, confirmando a tendência crescente evidenciada em sucessivos censos: 1981- 226 mil moradores; 1991- 249 mil; e 2001- 289 mil.
Só um bairro de Gaia, o de Vila d`Este, freguesia de Vilar de Andorinho, tem mais habitantes do que as quatro freguesias do centro histórico do Porto (CBD). A população de Vila d`Este está estimada em 17 mil habitantes, mais 5 mil do que a verificada, nos Censos de 2001, nas freguesias portuenses de Sé, S. Nicolau, Vitória e Miragaia. Estas quatro freguesias da zona histórica do Porto perderam metade da população entre 1981 e 2001, passando de 28 mil para 13 mil habitantes.
No mesmo período, o conjunto citadino - que compreende mais 11 freguesias - perdeu 64 mil habitantes, o equivalente ao que o município de Gaia ganhou no mesmo hiato (63 mil).
Mas a perda demográfica do Porto não favoreceu apenas Gaia, já que sete outros concelhos periféricos ganharam, no mesmo período, um total de 90 mil residentes. Maia foi o município da região que maior crescimento demográfico percentual registou. Entre 2001 e 2005, a população da Maia, concelho imediatamente a Norte do Porto, cresceu 10,8 por cento, somando quase 13 mil novos moradores aos 120 mil que já possuía.
De que maneira consegues justificar a actual preferência da população pelas zonas periféricas das grandes cidades parar habitar? E que soluções apontas para resolver este afastamento, e consequente despovoamento do centro?
Por Ana João e Ana Rita





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