segunda-feira, fevereiro 12, 2007

 

O referendo ao aborto

O «Sim» à despenalização da interrupção voluntária da gravidez (IVG) venceu este domingo o referendo popular em Portugal, com 59,25% dos votos, contra 40,75% do «Não». A abstenção cifrou-se em 56,39%, pelo que os resultados não são vinculativos.
Os votos em branco corresponderam a 1,25% e os votos nulos a 0,68%.
No referendo sobre a mesma matéria em 1998, o «Não» venceu com 51,30% contra 48,70% do «Sim», tendo a abstenção sido de 58,09%.
As campanhas pelo “Sim” e pelo “Não” terminaram à meia-noite de sexta-feira, na sequência de intensas semanas de debates, mesas redondas, entrevistas, esclarecimentos, filmes e contactos de rua que envolveram activistas dos diferentes partidos com assento parlamentar. Foi essencialmente conduzida pelos 17 movimentos de cidadãos criados para o efeito.
O debate foi marcado pelas declarações da Igreja, principal fonte inspiradora do grupo do "Não".
O Partido Socialista e o primeiro-ministro, José Sócrates, empenharam-se a favor do "Sim", assim como o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda. O Partido Social-Democrata (centro-direita) deu liberdade de voto aos seus simpatizantes. Apenas o pequeno partido conservador CDS defendeu o “Não”.
Em Portugal os dados disponíveis apontam para 360 mil mulheres entre os 18 e os 49 anos que já abortaram clandestinamente, das quais, 34% não fizeram qualquer exame médico prévio, 64% não teve nenhum acompanhamento médico posterior e das mulheres que tiveram complicações após o aborto, 27% tiveram que ser internadas. Mais, 70% das mulheres que abortaram não receberam informação sobre contracepção, mas acima de tudo, e mais preocupante ainda, 54% dos abortos são feitos entre os 13 e os 24 anos .
O que pensas da forma como decorreu este referendo? Consideras que foi útil a realização deste referendo?
E, o que se seguirá agora em relação à prática do aborto? Qual a tua opinião sobre o assunto?
Por José Eduardo e José Maria





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